
Não podia deixar de falar, efusivamente, do triunfo tricolor na noite dessa terça feira. Muitos irão falar, e já me falaram: "Chutando cachorro morto !!", "Com esse adversário fica fácil", dentre outras frases invejosas. Concordo, meus caros, o Vila Nova, adversário do Bahia na noite dessa terça feira, facilitou bastante a vida do Tricolor de Aço. É um time muito limitado tecnicamente, se valeu das subidas estabanadas do maior perdedor de gols da partida, nosso promissor lateral esquerdo Ávine, para ocupar com o ponta direita Gil os espaço deixados pelo nosso lateral. Mas fora isso foi um time sem recursos, errando muitos passes no setor de ataque, não tendo como articular jogadas ofensivas, facilitando a vida de Marcone e Bruno Silva (que tomou mais um cartão, esse rapaz é brincadeira, toma cartão em todo jogo, mas tudo bem, não temos tantas opções no momento). Como estava explicitando, o Vila não passa por um bom momento, tem poucos jogadores com alguma qualidade, agravado ainda com uma crise interna, diminuíram os salários de seus jogadores, enfim é um candidato sério ao rebaixamento para a Série C.
Mas vamos falar do que interessa, o Bahia, que é o nosso foco, o time não fez uma partida memorável, quem vê um placar elástico de 4 tentos a 0, acha que foi um passeio, uma "mangaba" (essa é da época da minha avó, mas é pertinente), mas se engana, o jogo foi facilitado mais pela deficiência técnica e até tática do Vila Nova do que pelos méritos do tricolor baiano. O Bahia entrou com uma proposta bem definida, com um time bem parecido com o que empatou com a Ponte em Pituaçu, no lugar de Morais tivemos a entrada do ótimo Vander (jogador com muita movimentação, toque fácil, pensamento rápido, tem tudo para ser um craque, devemos trabalhar a cabeça desse rapaz para vê-lo em destaque), tivemos também a entrada do Bruno Silva no lugar de Leandro (suspenso), é a velha troca de 6 por meia dúzia, apesar de que Leandro marca mais, é mais efetivo em seus botes, o Bruno parece ficar um pouco perdido em campo. Fora essas alterações, o Bahia foi o mesmo da sexta feira, com Ananias no meio, caindo pelas pontas, tentando triangular com os laterais, e servir o ainda isolado e fora de posição Rodrigo Gral. Eu já comentei umas 5000 mil vezes que o Gral (o Lobo Gral da Bamor) não pode jogar como segundo atacante ou atacante de área, como queiram chamar, ele tem que jogar um pouco mais atrás, caindo pelas pontas, e armando jogadas, com sua velocidade de pensamento, para um centroavante de origem, o Jael no caso.
Temos um problema grave nas laterais também, Ávine jogou muito bem contra a Ponte, é ótimo no apoio, mesmo perdendo gols incríveis ontem, todavia deixa um buraco tremendo na lateral esquerda, e o time não consegue fazer a cobertura devida, o que deveria ser feita por um volante, no intuito de não sobrecarregar Nem na marcação. Na lateral direita, outro problema, temos o desencontrado Apodi (nunca mais foi aquele do nosso rival), não consegue fazer 50 % do que fazia lá, é até voluntarioso, presente no ataque, mas acaba errando passes bobos e propiciando contra ataque aos adversários. Uma outra boa opção na posição, ao meu ver, seria o Carlos Alberto, possui um passe mais refinado, porém peca pela lentidão, até pela sua altura, e ontem foi nítido que não está preparado fisicamente, perdia jogadas chegando em atraso e foi substituído, de forma inexplicável, pelo Renato, pouco tempo após sua entrada no lugar de Apodi.
O jogo, em si, foi bem tranquilo, mesmo com as deficiências táticas e técnicas existentes, ainda, no Bahia. Fizemos um gol rapidamente, antes dos 10 minutos, numa cobrança de pênalti com muita categoria, malícia e coragem do Lobo Gral. Com isso, o Bahia ficou mais tranquilo na partida, permitindo até alguns avanços do Vila Nova, mas como disse a alguns amigos, o Vila poderia jogar 8 tempos com o Bahia ontem, não faria gols em nenhum deles, isso é um fato, vieram com 3 atacantes, mas pouco operantes, pouca movimentação, excetuando-se o Gil, pela direita. Os goianos tiveram uma baixa numérica ainda no primeiro tempo, o zagueiro do Vila, camisa 4, já havia recebido um cartão por uma falta na defesa, inventou de se jogar na área e pedir pênalti, foi expulso merecidamente e prejudicou o já "capenga" Vila Nova.
No segundo tempo, o Bahia veio com o intuito de matar logo o jogo, Ávine perdeu um gol com a baliza vazia no recomeço do jogo, aos 6 minutos. Mas aos 12 minutos, a qualidade do garoto Vander fez a diferença, em uma jogada muito bonita, ele puxou a bola para a perna direita e chutou colocado à meia altura, mas o suficiente para a bola passar pelo goleiro Weverton, muita categoria do menino, 2 x 0 para o Bahia. A partir daí, o Bahia jogou livremente, o Vila Nova tentava diminuir o placar, mas desordenamente e deixava campo livre para o Bahia (com 11 jogadores) atacar. Dentro desse ritmo, o Bahia fez os seus outros dois gols, em mais uma cobrança de pênalti do Gral (essa batida normalmente, mas também com muita categoria) e numa jogada do Ávine que deu um passe para Ananias completar para o gol vazio. Finalmente, depois de algum tempo, o Bahia ganha, convence, empolga sua torcida e assume a liderança do Campeonato.
O futebol não é vistoso, não é um Santos de Neymar, Robinho, Ganso e André, porém joga com consciência, como há muito tempo não vejo o Bahia jogar. É um time mais tranquilo, passa melhor a bola, e é um dos candidatos reais à ascensão à Série A. Espero que possamos manter esse ritmo, teremos o Sport de Recife pela frente, num Pituaçu entupido de gente, promessa de festa, mas nossos jogadores devem encarar a partida como uma decisão, em pontos corridos é assim, cada jogo é uma final. Mesmo que o Sport não atravesse um bom momento, não devemos menosprezar o adversário, devemos jogar com inteligência, em cima do nervosismo deles, pois têm obrigações de ganhar para sairem da zona de rebaixamento.
É esperar, e torcer por mais uma vitória, e ficarmos na contagem regressiva para nosso retorno triunfal à elite do futebol brasileiro.
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